Viagem a Plutão
A nave New Horizons finalmente chega a Plutão, depois de uma viagem épica através do nosso Sistema solar.
Depois de uma viagem de uma década, a New Horizons passou a apenas 7.750 milhas da superfície de Plutão, no dia 14 de Julho de 2015, sendo este o ponto mais próximo da sua trajectória em relação a este planeta-anão. Agora depois da histórica passagem por Plutão, a sonda seguirá para a Kuiper Belt e aí ajudará a desvendar os mistérios da fronteira do nosso sistema solar.
“A exploração de Plutão e as suas luas pela New Horizons é o culminar de 50 anos de exploração planetária da NASA e pelos Estados unidos da América,” disse o administrador da NASA Charles Bolden. “Uma vez mais conseguimos fazer história. Os Estados Unidos da América conseguem assim ser os primeiros a explorar Plutão, e com esta missão completa o estudo preliminar de todo o nosso sistema solar, um extraordinário feito que nenhuma outra nação foi capaz de realizar.”
Conforme planeado, nos momentos em que a nave se encontra em modo de recolha de dados, não pode contactar com os controladores da Johns Hopkins University Applied Physical Laboratory (APL) em Laurel, Maryland. Isto levou a que durante a passagem da nave por Plutão não se tivesse qualquer informação sobre o estado da nave ou se alguma coisa de errado se havia passado durante as quase 24horas de silêncio e exclusiva recolha de dados.
Ao fim do dia 14 de Julho, exactamente no intervalo esperado a New Horizons “ligou para casa” e durante 15 minutos e através da Deep Space Network (DSN) enviou informações sobre o estado dos seus sistemas e telemetria.
A história de Plutão começou há apenas uma geração (a 13 de Março de 1930), quando o jovem Clyde Tombaugh foi incumbido de encontrar o Planeta X, que teoricamente existia para lá da órbita de Neptuno. O que ele descobriu foi um ténue ponto de luz que agora podemos ver e reconhecer como parte de um complexo sistema planetário dentro do nosso próprio Sistema Solar.
“Plutão foi descoberto à apenas 85 anos por um jovem filho de agricultores do Kansas, inspirado por um cientista visionário de Boston, usando um telescópio em Flagstaff, Arizona.” disse John Grunsfeld, Administrador Associado para a NASA’s Science Mission Directorate (Directorado das Missões Científicas da NASA). “Hoje, a ciência dá um grande passo ao observar o sistema planetário de Plutão e ao poder atravessar a última fronteira que nos permitirá assim conhecer (melhor) as origens do Sistema Solar.”
A passagem da New Horizons por Plutão e as suas cinco luas (conhecidas até ao momentos em que escrevo este artigo) está a providenciar uma introdução à Kuiper Belt (para mais informação –> Kuiper Belt (Wikipédia – Português)). Devido à distância do Sol e à sua história de formação, acredita-se que os corpos existentes na Kuiper Belt preservem em si pistas sobre as primeiras fases de formação do Sistema Solar a que chamamos casa.
“A equipa da New Horizons sente-se orgulhosa de serem os primeiros a conseguir explorar o Sistema Planetário de Plutão.” declarou Alan Stern, o principal investigador da missão. “Esta missão conseguiu inspirar pessoas de todo o Mundo, ajudando a despertar o entusiasmo da exploração, mostrando o que a Humanidade consegue atingir.”
A sonda New Horizons não entrará em órbita de Plutão, passará ao largo do planeta e do seus sistema planetário e seguirá a toda a velocidade para a Kuiper Belt, a equipa da missão optou Devido à velocidade a que a nave New Horizons se desloca (uns vertiginosos 30.000mph), qualquer partícula (de dimensões aproximadas a um bago de arroz) pode incapacitar a nave durante esta passagem. A New Horizons não possui partes móveis (a sua antena é fixa ao corpo), isto para evitar possíveis avarias e para diminuir o consumo de energia, faz com que para poder comunicar com a Terra a nave tenha de ser rodada na direcção do nosso planeta, fazendo com que os seus instrumentos deixem de estar apontados para o alvo da missão: Plutão. Por esse motivo é que tivemos de esperar quase 24horas para receber um ping de cerca de 15minutos (como referimos acima). Agora, e nos próximos 16 meses a New Horizons irá enviar tudo o que registou ao longo destes quase 10 anos, através da Deep Space Network, à “alucinante” velocidade de 1kb/s.
Mais Informação:
New Horizons (Página Oficial da missão/NASA – Inglês) –> Link
Deep space Network –> Link
Imagens RAW (sem tratamento) captadas pelo instrumento LORRI da New Horizons –> Link